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quarta-feira, 30 de novembro de 2011
terça-feira, 29 de novembro de 2011
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
DESTAQUE
Blog da Mobilização
Mobilização das famílias e da sociedade pelo direito de todos e cada um dos brasileiros à educação de qualidade.
Comitê de Presidente Prudente (SP) conquista parcerias e reforça Mobilização na cidade
A Mobilização Social pela Educação tem avançado cada vez mais
3º Salão do Livro de Presidente Prudente
Exemplo das ações mais recentes do Comitê pôde ser conferido durante o 3º Salão do Livro de Presidente Prudente, evento realizado pela Secretaria de Cultura e Turismo no dia 7 de novembro. Na ocasião, integrantes do Comitê conversaram com os presentes sobre os benefícios da interação entre familiares e educadores e distribuíram exemplares da cartilha da Mobilização.
Parceria com instituições religiosas
Para ampliar a parceria com o segmento religioso, no dia 23 de outubro, o Comitê de Mobilização de Presidente Prudente participou da Caminhada pela Vida, atividade promovida pela Igreja Católica com o intuito de alertar a comunidade, entre outros temas, sobre a violência contra crianças e mulheres. Durante o evento, que contou com a participação de mais de 600 pessoas, os mobilizadores conversaram sobre a importância da participação dos pais na vida escolar dos alunos como forma de melhorar o aproveitamento do ensino.
A convite do Pastor Douglas Batista, membros do Comitê de Presidente Prudente conduziram palestra sobre interação família-escola durante o Seminário de Teologia realizado na igreja Assembleia de Deus, no dia no dia 22 de outubro. Entre seus objetivos, a exposição dos mobilizadores visou conscientizar os cerca de 250 fiéis presentes sobre a importância do comprometimento de todos e da colaboração entre diversos setores da sociedade para a melhoria da qualidade da educação.
O debate sobre Mobilização Social pela Educação na Assembleia de Deus foi complementado, ainda, com apresentação de slides e vídeo sobre o tema, além de distribuição de cartilhas Acompanhem a vida escolar dos seus filhos e folderes produzidos pelos mobilizadores com orientações selecionadas a partir da cartilha.
Como resultado da ação na Assembleia de Deus, o Comitê de Presidente Prudente já agendou novas atividades em conjunto com representantes da igreja e a participação dos mobilizadores em programa de rádio produzido pela instituição religiosa.
Apoio do Conselho Municipal de Educação (COMED)
Ainda no mês de outubro, as integrantes do Comitê Regina Ferreira Pinhal e Solange de Fátima Plaza apresentaram a importância de mobilizar a comunidade em prol da educação durante evento do Conselho Municipal de Educação (COMED). Por meio da participação na atividade, realizada no Centro de Formação dos Profissionais da Educação de Presidente Prudente (Ceforpp) no dia 20 do referido mês, as mobilizadoras reforçaram a parceria do Comitê com o COMED.
No feriado em que se comemorou o Dia das Crianças, 12 de outubro, os mobilizadores marcaram presença na terceira edição do “Brinca Prudente”, atividade promovida pela Prefeitura Municipal que reuniu mais de 20 mil pessoas. Para subsidiar o diálogo com a comunidade sobre como a interação entre familiares e educadores beneficia o aprendizado, os integrantes do Comitê local distribuíram panfletos com orientações da cartilha Acompanhem a vida escolar dos seus filhos, além de boletim informativo sobre as ações de Mobilização desenvolvidas na cidade.
As escolas públicas da cidade também vêm sendo foco da atuação do Comitê. Na Escola Municipal Maria Edite Tenório Perrone, as mobilizadoras Solange de Jesus, Solange Plaza e Regina Ferreira conduziram palestra, durante a reunião pedagógica dos educadores da instituição de ensino, sobre a necessidade de inserir a educação como valor social. Na reunião, realizada no dia 23 de setembro, os integrantes do Comitê debateram com os professores maneiras de fazer com que os familiares dos alunos passem a participarem mais ativamente do cotidiano escolar.
Outro exemplo da atuação do Comitê local pôde ser observado ao longo da Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (Sipat), realizada de
No início de setembro, os mobilizadores prudentinos convocaram a comunidade para participar do “Dia M” – como ficou conhecido o I Encontro de Famílias e Educadores da Rede Municipal de Presidente Prudente. Leia maissobre a atividade.
Com informações de Solange Ferreira de Jesus, membro do Comitê de Mobilização Social pela Educação de Presidente Prudente.
Postado por Lívia Frederico às 17:57 0 comentários
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
domingo, 20 de novembro de 2011
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
Trabalhar Relações Humanas em Sala de Aula
Dr. Içami Tiba - Existe uma diferença fundamental entre autoritarismo e disciplina. Proponho uma forma disciplinar sem que haja uma relação vertical. Meu conceito de disciplina é baseado na religiosidade – que não quer dizer uma prática religiosa específica, relacionada a Deus, e sim gente que gosta de gente. Trata-se de uma composição. Essa religiosidade pode se manifestar até em quem é ateu, e serve, fundamentalmente para unir os seres, um grupo. Aquele que vai coordenar o grupo é o líder – aquele que vai puxar pelo interesse do grupo. Ninguém está acima do grupo e o líder é aquele que defende o grupo. Ele nunca pode colocar seu interesses acima dos do grupo e usar o poder para benefício próprio. A disciplina antiga era resultado do interesse individual do autoritário e dono do poder, em detrimento do grupo. E a disciplina atual é que cada um deve saber e cumprir seus deveres individuais, a partir da composição do grupo. Exemplo: o aluno que transgride a norma da classe pode prejudicar outro professor mas não a classe como um todo. Nessas alturas é que se vê a diferença entre o líder e o professor-salário. O que proponho com a disciplina é que todos funcionem de acordo com a saúde social. Na realidade a proposta dessa mudança está relacionada com a Teoria da Interação Relacional. Acho ridículo a imposição da força bruta. O viver social é o caminhar na velocidade do mais fraco. É outro modo de falar que a corrente arrebenta no elo mais fraco.
Neste novo milênio é preciso mudar o conceito saúde psíquica – não basta a pessoa ser equilibrada individualmente e sim é preciso que ela tenha saúde social, ou seja, deve saber que pertence a uma sociedade e que a sociedade é mais forte que ela como indivíduo. E que o indivíduo deve contribuir com a sociedade.
Quais são, na sua opinião, os maiores problemas causados pela indisciplina nas escolas e que reflexos isso vai ter na vida adulta dos indisciplinados?
Dr. Içami Tiba - Uma das piores coisas da indisciplina é a falta de organização interna do indivíduo. A pior conseqüência é a queda da qualidade de vida. Não só de si mesmo, mas de todas as pessoas que dele dependerem. Não dá para contar com os indisciplinados para atividades de responsabilidade – eles funcionam conforme manda sua indisciplina e não seus compromissos. Então, quando adulta a pessoa não conseguirá se adaptar a qualquer atividade pessoal ou profissional.
O sr. acha que a falta de disciplina nas escolas é responsável pelo declínio da qualidade do ensino? É possível o professor ser amigo do aluno, sem que este se torne um indisciplinado? Quais são os limites?
Dr. Içami Tiba - A falta de disciplina atrapalhou a vida das pessoas porque confundiram isso com liberdade. A disciplina é um ingrediente da liberdade. Não há meio termo. Para ter esta disciplina é necessário se voltar para a saúde social e não apenas para o bem estar pessoal. É necessária uma mudança radical, rumo a este conceito. Para esta mudança é necessário conhecimento. Os professores que desejam aplicar esse conhecimento precisam estudar. É a Teoria da Integração Relacional. Os pontos altos das minhas palestras são essas mudanças no conceito de disciplina. Os professores devem se capacitar – não há como fazer testes com alunos. É como um cirurgião, que não pode fazer testes com pacientes. O professor pode ser amigo com disciplina e inimigo com indisciplina. Os limites são os interesses do grupo.
Relate experiências vitoriosas vivenciadas por meio dos conceitos de disciplina propostos pelo sr.
Dr. Içami Tiba - Por exemplo, pense numa briga em escola. Um aluno machuca o outro. Não adianta o pai do que bateu pagar hospital para o machucado e a escola suspender o agressor. A melhor coisa é o que bateu cuidar de quem foi agredido: fazer curativos, acompanhá-lo junto aos médicos. Independente da idade dos alunos. O agressor vai ver, com clareza, o estrago que provocou vai tentar mudar seus métodos. Em família isso é muito interessante – as pessoas se redescobrem. É como alunos que têm uma doença e que querem ser médicos. Outra situação comum em casa é a criança que brinca e depois não quer guardar os brinquedos. Por quê? Porque os pais só dão o meio do processo – o brincar. A criança não cuida dos brinquedos e não quer guardá-los. Brincadeira tem começo, meio e fim. Para mudar isso, os pais devem ser duros. Na hora que a criança pegou o brinquedo deve ser avisada para arrumá-los depois de brincar – senão não vai brincar. O segundo passo é depois que ela brincou, fazê-la arrumar os brinquedos. Se não quiser arrumar, os pais têm de combinar o seguinte: sendo assim, terão de dar os brinquedos para uma criança carente. A criança precisa sentir que pode perder o brinquedo. Aprender um gesto de cidadão: o que não nos serve, serve para muita gente. Há crianças que têm de perder muitos brinquedos para aprender a valorizar.
Apesar dos avanços comportamentais deste século, problemas com drogas e gravidez na adolescência entre jovens de famílias de classe média e alta no Brasil se multiplicam. Então, tirando a problemática da falta de informação e recursos, onde estaria o principal erro dos pais e onde as escolas têm falhado nesses aspectos? O sr. defenderia a inclusão de uma matéria sobre comportamento em currículo, que abordaria esses temas em sala de aula?
Dr. Içami Tiba - Sobre gravidez precoce e drogas, a verdade é que nós estamos criando uma geração onde cada um faz o que lhe dá prazer – isso é errado. E os compromissos como ficam? O que vale é ter prazer sem medidas de conseqüências. O jovem de hoje foi educado para usar drogas – é por isso que dizem que o que eu falo é polêmico. Os pais também têm de fazer o que é correto – se ele usa drogas não pode exigir que o filho não use. "Uso cocaína e é meu direito", dizem alguns adultos. É uma mentira, que contraria o conceito de saúde social. Pais alcoólatras e drogados prejudicam a família, a sociedade. Não há como ser pai ou mãe sem estar capacitado para tal. A escola também tem de entrar nessa luta. Os pais estão jogando responsabilidades para os professores e a escola acha que não tem de educar nesse sentido. Defendo a educação a seis mãos. As da escola, do pai e da mãe – desde que sejam coerentes. Escolas têm de incluir trabalhos sobre relacionamentos humanos. O jovem deve saber que é natural ter tesão e que para isso não precisa necessariamente amar. Deve ser preparado para enfrentar situações da vida. Eles não sabem nem colocar uma camisinha. Eu fiz o manual da camisinha – ela tem de ser filosofia de vida. Os pais devem falar e conversar muito com os filhos sobre sexo e estudar sobre drogas – não é ler qualquer livro. Há aqueles que fazem apologia da droga, o que não é ético.
O sr. acha que o jovem pode ou não experimentar uma droga, para matar sua curiosidade? Essa justificativa deve ser aceita?
Dr. Içami Tiba - Acho que isso é mais uma falha. Ele não deve experimentar porque nem tudo que dá prazer deve ser experimentado. É a mesma coisa de experimentar uma roleta russa ou esportes radicais, porque o medo dá prazer. É arriscado e quase nunca compensa.
A mídia, principalmente a televisão, exerce uma influência forte sobre adolescentes com relação ao consumismo, a cultura do prazer pelo prazer, a erotização e a ausência de limites. Como o sr. aconselha educadores e pais a lidar e se contrapor a essa influência? Que papel a escola tem nesse sentido?
Dr. Içami Tiba - Acho que a mídia funciona assim porque tem mercado para isso que é oferecido. Ela não é muito culpada. Oferece o que é consumido. O consumo não é problema de uma pessoa e sim de todas as gerações. É uma questão social. É importante que cada família reaprenda a ver televisão. Esperar que a TV regule sua programação por sua ética é algo em vão. São empresas que visam lucro. Se o preço de um apresentador como o Ratinho cair é porque caiu a audiência. Casas onde cada um tem um aparelho de TV em seu quarto, multiplica a oferta para o consumo. Independentemente disso, cada família deveria ter uma visão crítica dos produtos e comportamentos oferecidos pela TV. A TV proíbe o diálogo, necessita da atenção visual do espectador. Mesmo assim, o costume de dialogar e trocar idéias deve ser alimentado na família – mesmo que seja sobre os programas assistidos. Não dá para ser uma sessão de ordens, onde os pais dão lições de moral e impõem seus pensamentos. Deve ser uma conversa gostosa, onde todos impõem seus pontos de vista. Os pais devem deixar os filhos falarem e falarem também. Assim estão ensinando que seus filhos devem aprender a pensar e a discutir, para usufruir da melhor maneira da informação e da globalização. As experiências devem ser compartilhadas. Isso fará os pais crescerem. O papel da escola entra em determinadas matérias, como estudos da atualidade brasileira, ou nos conteúdos transversais (assuntos vistos por diversas matérias em determinados ângulos). A TV seria um objeto de debate crítico em sala de aula. Por exemplo: o programa Você Decide. Para o jovem é importante ele ser participativo. Esse modelo de que o bom aluno é que aquele que absorve o que o professor fala, faz as lições, tira boas notas e não dá um pio é totalmente equivocado.
Como o sr. avalia a influência da internet na educação e formação do adolescente? O sr. está desenvolvendo estudos a respeito?
Dr. Içami Tiba - Acredito que internet é um grande ganho social e educacional, desde que se selecione a informação que se quer obter. Não importa a quantidade de informação, mas sim como se faz uso delas. Hoje em dia vale muito mais alguém que saiba aplicar bem conhecimentos específicos do que alguém com uma vasta quantidade de diplomas. Atualmente, valoriza-se a aplicabilidade da informação. No começo de contato com a internet é aquele turbilhão de informação. Com o tempo, as pessoas vão saber selecionar o que querem e porque querem. O que apavora os pais é quando eles não têm conhecimentos sobre isso. A internet passa ser vista como um bicho de sete cabeças – e simboliza perda do poder e do controle dos pais sobre os filhos. É importante que os pais estimulem os filhos a ensinarem para eles como se mexe na internet – é um dos princípios do livroEnsinar Aprendendo.
Qual é o maior trunfo do livro Ensinar Aprendendo? Fale sobre o conceito de ensino e suas mudanças nestes tempos de globalização.
Dr. Içami Tiba - Há um grupo de escolas em Brasília que me contratou para fazer um trabalho baseado no livro com os professores e os pais. O livro também está sendo adotado em escolas. Minha consultoria consiste em pegar as escolas no ponto em que estão para dar um direcionamento específico. No Paraná, Rio Grande do Sul e Minas Gerais muitas escolas estão seguindo meus estudos. É sinal de que, mesmo sem receitas fáceis, muitas instituições estão interessadas em mudar paradigmas. Desenvolvi meu trabalho levando a vida para a psicologia e daí para a sala de aula. Estou tornando os professores mais "psicologizados".
Na sua opinião e de acordo com sua experiência, porque as escolas brasileiras e professores têm aumentado seu interesse pela psicopedagogia?
Dr. Içami Tiba - Porque a pedagogia pura não funciona mais. O elemento relacional tem de entrar. Enquanto o adolescente não aceita uma pessoa, não aceita o que ela diz. Quando um burro fala o outro baixa a orelha e não escuta. O aluno que abre a boca, abre os ouvidos. Quando ele fala, se compromete, dá pistas do que pensa e por onde os professores podem ser melhor entendidos.
Em quase 30 anos de experiência com adolescentes e seus conflitos, quais foram suas maiores lições?
Dr. Içami Tiba - A minha maior lição é que meus melhores professores são os adolescentes. Quando comecei na psicologia, quase nada batia na prática com o que estava escrito a respeito. Até meu comportamento, quando adolescente, também não batia. Daí o desenvolvimento da biopsicologia social. Tabelei, por exemplo, que com 13 anos, o menino pode usar a rebeldia como autoafirmação. Consegui organizar a cabeça dos estudiosos sobre os adolescentes. Há várias etapas na adolescência. Assim, fica fácil focalizar o que é patológico ou não. Esse estudo fez com que as escolas reformulassem até alguns currículos, em decorrência do mau atendimento ao adolescente. Como educador mexo com a prevenção – mudando o conceito de saúde social. É o princípio da Integração Relacional. Essa teoria vem crescendo em mim há 10 anos.